AMIGOS DO NOIVO - Online
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Argélia é o novo celeiro de terroristas da Al-Qaeda

Ir para baixo

Argélia é o novo celeiro de terroristas da Al-Qaeda Empty Argélia é o novo celeiro de terroristas da Al-Qaeda

Mensagem por Quel25 Ter 15 Jul 2008 - 19:38

Argélia é o novo celeiro de terroristas da Al-Qaeda




ARGÉLIA -
Ocultos nas cavernas e bosques que cercam a cidade de Naciria, em uma
região montanhosa da Argélia, os insurgentes do país estavam perto da
extinção há apenas alguns anos, mas essa situação mudou e agora o país
é o novo celeiro de terroristas islâmicos ligados à Al-Qaeda.

A
batalha nacionalista contra as forças armadas argelinas estava
enfraquecendo. "Não dispúnhamos de armas suficientes", relembra um
antigo líder das forças insurgentes, Mourad Khettab, 34 anos. "As
pessoas não queriam aderir. E dinheiro - nunca tínhamos dinheiro."

Então,
segundo reportagem publicada pelo jornal ”New York Times”, o líder do
grupo, um matemático chamado Abdelmalek Droukdal, enviou uma mensagem
secreta ao Iraque, no final de 2004. O destinatário era Abu Musab
al-Zarqawi, o líder da Al-Qaeda na Mesopotâmia, e os dois homens, nos
extremos opostos do mundo árabe, decidiram promover o que um observador
define como "uma fusão corporativa".

Hoje, enquanto a
violência dos militantes islâmicos se reduz em algumas partes do mundo,
os militantes argelinos, que assumiram o nome de Al-Qaeda no Maghreb
Islâmico, se transformaram em uma das mais potentes organizações
afiliadas à rede terrorista de Osama bin Laden, revigorados pela
chegada de novos recrutas e por um zelo renovado quanto a atacar alvos
ocidentais.

Os combates a tiros contra as forças armadas
argelinas se transformaram em atentados com caminhões-bomba contra
locais de grande importância simbólica, como os escritórios da ONU em
Argel. Eles seqüestraram e assassinaram turistas europeus, demonstrando
a expansão de seu alcance pelo norte da África.

No mês
passado, coroaram uma série de ataques com uma operação que evocava os
horrores do Iraque: armaram um par de bombas do lado de fora de uma
estação de trem a leste de Argel, a segunda delas programada para
explodir durante o trabalho das equipes de resgate que estariam
enfrentando as conseqüências da primeira. Um engenheiro francês e seu
motorista foram mortos pela primeira bomba, e a segunda não detonou.

A
transformação do grupo, de insurgência nacionalista em força ativa na
jihad mundial, se inspira nas idéias de Bin Laden: a expansão do
alcance da organização por meio da incorporação de militantes locais às
fileiras da Al-Qaeda.

Aliança e troca de militantes

Ogrupo argelino oferece centenas de combatentes experientes à
organização, bem como uma potencial conexão com militantes radicados na
Europa. Ao longo dos últimos 20 meses, suspeitos de origem
norte-africana foram detidos na Espanha, França, Suíça e Itália, se bem
que suas conexões para com os argelinos nem sempre estejam claras.

A história interna do grupo, montada com base em dezenas de entrevistas
com militantes, agentes de inteligência, diplomatas e funcionários de
governos, demonstra que a decisão dos argelinos de aderir à Al-Qaeda
foi causada tanto por forças práticas quanto pelas fissuras mundiais
surgidas com o 11 de setembro de 2001.

Droukdal mencionou
motivações religiosas para explicar a fusão entre sua organização e a
Al-Qaeda. Alguns militantes disseram que a designação do grupo argelino
como organização terrorista por Washington, depois do 11 de setembro, a
despeito de alguns especialistas do governo norte-americano terem
definido a organização como uma insurgência regional - levou os
militantes a se voltarem contra os Estados Unidos.

"Se o governo dos Estados Unidos considera que sua guerra contra os
muçulmanos é legítima, então o que nos levaria a acreditar que nossa
guerra em seu território não é legítima?", declarou Droukdal em uma
fita, em resposta a uma lista de perguntas apresentadas pelo “New York
Times”, aparentemente o seu primeiro contato com um jornalista. "Todos
devem saber que não hesitaremos em tomá-los (os americanos) por alvo
sempre que pudermos, e onde quer que seja no planeta", ele afirmou.

Entrevistas com funcionários do governo norte-americano, de países europeus e de
nações árabes, e com um antigo dirigente de escalão médio na Al-Qaeda
no Maghreb Islâmico, indicam que fatores mais oportunistas
influenciaram o crescimento do grupo.

Uma longa ofensiva do governo contra os insurgentes argelinos havia praticamente esmagado o
grupo, disseram fontes governamentais. Eles precisavam do apoio da
Al-Qaeda para levantar dinheiro e abandonar seu status como foras da
lei junto aos círculos radicais muçulmanos, que se devia aos massacres
de civis que promoveram nos anos 90.

A guerra no Iraque também estava atraindo muitos dos melhores combatentes do movimento, de acordo
com Khetabb e com um militante que treinou argelinos no Iraque sob
instruções de Zarqawi. Aderir à jihad mundial era visto como uma
maneira de manter maior número desses combatentes sob o grupo argelino,
e de recrutar novos membros.

Então, em março de 2004, uma operação militar clandestina dos Estados Unidos resultou na captura de
um dos principais líderes do grupo. Meses mais tarde, Droukdal procurou
Zarqawi para tentar obter a libertação do combatente. Zarqawi
aproveitou a oportunidade para convencê-lo de que a Al-Qaeda tinha a
capacidade de reanimar as operações de seu grupo, diz um antigo líder
do grupo argelino.

Da mesma maneira que a liderança da Al-Qaeda conseguiu se reconfigurar nas áreas tribais do Paquistão, nas
quais o governo não consegue exercer seu poder, a versão norte-africana
da Al-Qaeda agora opera pequenos campos de treinamento para militantes
vindos do Marrocos, Tunísia e até da distante Nigéria, de acordo com o
Departamento de Estado e Droukdal.

Terrorismo mundial

Em abril, o Departamento de Estado norte-americano categorizou as áreas
tribais paquistanesas e as bases da Al-Qaeda no Maghreb Islâmico como
duas principais zonas de atividade, em seu relatório anual sobre o
terrorismo mundial.

A ameaça é sentida de maneira mais aguda na Europa, e em especial na França, que governou a Argélia por 132
anos, até 1962, e é grande parceria comercial do governo autoritário de
Argel.

"Estamos sob dupla ameaça, agora, disse Bernard Squarcini, chefe do serviço de informações e policiamento interno da
França, em entrevista. "Um grupo que antes limitava suas operações
terroristas à Argélia agora é parte do movimento jihadista mundial."

No mês passado, a França assinou acordos de desenvolvimento nuclear e
assistência militar com a Argélia. Washington também provê treinamento
para as forças armadas argelinas, empresas norte-americanas abastecem
os arsenais do país.

Mesmo assim, funcionários dos serviços de informação e diplomatas ocidentais dizem que o governo argelino hesita
em inclui-los plenamente nas investigações sobre o grupo islâmico. Os
funcionários só falaram sob a condição de que seus nomes não fossem
revelados, devido a preocupações de segurança.

Na Europa, as autoridades estão observando com cautela o grupo argelino, mas não
estão convencidas de que ele tenha capacidade de agir fora da África.

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, disse na semana
passada que a fusão entre a Al-Qaeda e a organização argelina e outros
grupos semelhantes renovava os riscos.

"Esses grupos, até onde os conhecemos, têm boa dose de independência. Eles recebem inspiração,
orientação ocasional e talvez algum treinamento e algum dinheiro, da
liderança da Al-Qaeda", ele afirmou, acrescentando que "não é mais um
movimento tão centralizado quanto costumava ser em, digamos, 2001. Mas,
de certas maneiras, o fato de que se tenha espalhado da forma que fez o
torna mais perigoso, em minha opinião".


Fonte: New York Times
Quel25
Quel25
Moderador
Moderador

Feminino Número de Mensagens : 1156
Idade : 41
Localização (Cidade/UF) : Maringá/PR/Brasil
Data de inscrição : 25/03/2008

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos