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João Eck x Lutero (Diálogo fictício)

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João Eck x Lutero (Diálogo fictício) Empty João Eck x Lutero (Diálogo fictício)

Mensagem por Templário Sex 9 Jul 2010 - 14:49

TEMA: PURGATÓRIO

Lutero:
Dr. Eck, o purgatório
foi mais uma das doutrinas antibiblicas que a Igreja Católica inventou.
Não vemos respaldo bíblico no AT, muito menos no NT. Sabemos que os
primeiros cristãos não criam nesse absurdo. Esse embuste só foi ser
criado no ano de 503 dc.

João Eck: Caro Lutero, não nos faltará passagens bíblicas para lhe comprovar a existência do
purgatório. O purgatório é uma doutrina aceita desde os primórdios do
cristianismo como mais adiante lhe provarei.
Comecemos então com as passagens do AT referente ao “purgare” (latim,
"para purificar"):
“e puseram-se em oração, para implorar-lhe o perdão completo do pecado
cometido. O nobre Judas falou à multidão, exortando-a a evitar qualquer
transgressão, ao ver diante dos olhos o mal que havia sucedido aos que
foram mortos por causa dos pecados. Em seguida, fez uma coleta,
enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um
sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua
crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse que os mortos
ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele
acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente,
era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um
sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas."
(II Mac 12,42-46)
Como vês sr. Lutero só esta passagem bastaria. Inequivocadamente
comprova a existência do purgatório. Ora, se não existisse o purgatório
de que valeria o sacrifício?
Mas ainda há mais:
“Quando tu oravas com lágrimas e enterravas os mortos, quando deixavas a
tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa durante o dia, para
sepultá-los quando viesse a noite, eu apresentava as tuas orações ao
Senhor.” (Tob 12,12) Se o purgatório não existisse de que valeriam às
orações?
E há uma citação sobre o Grande Dia, que se refere a esse estado:
“Em toda a terra - oráculo do Senhor - dois terços dos habitantes serão
exterminados e um terço subsistirá. Mas farei passar este terço pelo
fogo; purificá-lo-ei como se purifica a prata, prová-lo-ei como se prova
o ouro. Então ele invocará o meu nome, eu o ouvirei, e direi: Este é o
meu povo; e ele responderá: O Senhor é o meu Deus.” (Zac 13, 8-9)

Lutero: Espere um momento,
permita-me. As duas primeiras passagens que o Dr. menciona nós não
reconhecemos como inspiradas por Deus. Inspirados só são os 39 livros.
Quanto à última... É... Pesquisarei... Mostres-me então passagens no NT
que pregam sobre o purgatório e orações pelos mortos.

João Eck: Sr. Lutero devido sua
interrupção refutarei primeiro sobre se o purgatório foi criado em 503 e
já passo para essa sua última questão. O sr. dizer que a doutrina do
purgatório foi criada em 503dc, só mostra desconhecimento de sua parte.
Tenho em memória citações de tempos bem anteriores ao séc VI que mostram
a existência do purgatório e podes confirmar nos livros.
Século I, Didaqué: "Ao fazerdes as vossas comemorações, reuni-vos, lede
as Sagradas Escrituras... tanto em vossas assembléias quanto nos
cemitérios. O pão duro que o pão tiver purificado e que a invocação
tiver santificado, oferecei-o orando pelos mortos"
Tertuliano (220): "A esposa roga pela alma de seu esposo e pede para ele
refrigério, e que volte a reunir-se com ele na ressureição; oferece
sufrágio todos os dias aniversários de sua morte".
"Durante a morte e o sepultamento de um fiel, este fora beneficiado com a
oração do sacerdote da Igreja".
São João Crisóstomo (349/407): "Levemos-lhe socorro e celebremos a sua
memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelos sacrifícios de seu
pai (Jó 1,5), porque duvidar ue as nossas oferendas em favor dos mortos
lhes leva alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e
em oferecer as nossas orações por eles." (Hom. 1Cor 41,15)
São Cipriano ( 249): “…uma coisa é penar muito tempo e purificar-se nas
chamas do Purgatório e outra coisa é ter removido todos os pecados, pelo
martírio”.[1] (Na luz Perpétua, 5ª. ed., J. B. Lehmann, Ed. Lar
Católico, MG,1959).
Poder-lhe-ia ainda citar Clemente de Alexandria (202) e tantos outros,
mas creio que já basta. Aqui fica provado que os cristãos desde o início
criam no purgatório.
Agora passando para as passagens do NT sobre purgatório. Citar-lhe-ei
várias e peço que não me interrompa.
“E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á
perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será
perdoado, nem neste mundo nem no mundo vindouro” (Mt 12, 32) Desta
passagem podemos concluir que o purgatório existe. Terás a explicação
desta passagem de um Doutor que foi Papa que viveu em 540/604:
“...segundo o que afirma Aquele que é a Verdade, dizendo que se alguém
tiver cometido uma blasfêmia contra o Espirito Santo, não lhe será
perdoada nem no presente século nem no século futuro (Mt 12,31). “Dessa
afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no
século presente, ao passo que outras, no século futuro.” (dial. 4,39)
"Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o
qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um
edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, A obra
de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo
fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a
obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá
galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal
será salvo, todavia como pelo fogo." (1 Cor 3,11-15) Esta última
passagem dispensa explicações por se tão óbvia.
“a Timóteo filho caríssimo: graça, misericórdia, paz, da parte de Deus
Pai e de Jesus Cristo, nosso Senhor! Dou graças a Deus, a quem sirvo com
pureza de consciência, tal como aprendi de meus pais, e me lembro de ti
sem cessar nas minhas orações, de noite e de dia.” (II Timóteo 1, 2-3)
Esta também.
"Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho
com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o
juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te
digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último
ceitil.” (Matheus 5, 25-26) Como sabemos nada impuro entrará no céu
(Apocalipse 21,27) e o inferno é eterno (Matheus 25,41), deste modo, é
fácil entender que essa prisão onde se paga até o último centavo e sais é
o purgatório.
"É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram
detidos no cárcere, àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido
rebeldes, quando Deus aguardava com paciência, enquanto se edificava a
arca, na qual poucas pessoas, isto é, apenas oito se salvaram através da
água”(1 Pedro 3, 19 -20). Desta passagem é fácil inferir que esses
“rebeldes” tiveram que se purificar. É bom lembrá-lo que só os pecados
veniais podem ser perdoados no purgatório, os pecados mortais só são
pagos nele, o arrependimento deste último é na terra.
Achei interessante sua exclusão espontânea aos sete livros que foram
aceitos pela cristandade desde o início e eram lidos por Cristo e pelos
apóstolos. Preferes ficar com uma decisão farisaica ao lugar do que
disse a Santa Igreja Católica.

Lutero: Não tenho muito a
declarar sobre as passagens. As estudarei e no próximo encontro
trataremos. O dr. me veio com várias passagens que supostamente provam a
existência dessa segunda chance. Trago-vos passagens que mostram que o
purgatório não pode existir, ouça:
1. “O sangue de Jesus Cristo, nos purifica de todo o pecado.” (1 Jo
1,7)
2. "E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas
antigas já passaram; eis que se fizeram novas." (2Co 5:17)
3. “E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques
mais.” (Jo 8,11)
4. "Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não
andam segundo a carne, mas segundo o espírito" (Romanos 8.1).

João Eck: Vamos por partes. O sr. já começou
errando quando falou que o purgatório é uma segunda chance. Nada disso!
As pessoas no purgatório já estão salvas e estão em estado de
purificação. Sobre as passagens:
1. O sacrifício expiatório de Cristo teve força não só para os
pecados passados, mas para também os do presente e futuro. Vejamos de
que modo, com a palavra São Tomás de Aquino: “Ora, isso se dá pelo
batismo, pela penitência e pelos demais sacramentos, que buscam seu
poder na paixão de Cristo. Ora, a fé com o qual nos purificamos do
pecado não é uma fé informe, que pode existir até com o pecado; mas é
uma fé formada pelo amor; assim, a paixão de Cristo nos será aplicada,
não apenas em nossa mente, mas também em nossos afetos. E também por
esse modo, perdoam-se os pecados, pela força da paixão de Cristo.”
Outras passagens nos fazem ter a certeza da veracidade do que o santo
diz:
“Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o
coração” (Tg 4.Cool.
E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a
todas as nações, começando por Jerusalém. (São Lucas 24,47)
"Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e
crede no Evangelho." (São Marcos 1,15)
“De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo
Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis” (Romanos 8,13)
«Eu, agora, alegro-me nos meus sofrimentos por vós e completo na minha
carne o que falta à Paixão de Cristo pelo Seu corpo, que é a Igreja ».
(Colossenses, 1,24)
Como vemos somos purificados pela força do sangue de Cristo, mas pagamos
por esses pecados.
2. A segunda passagem que você passa-me, fala da remissão do pecado
original que foi pago por Cristo na cruz e temos a Graça no batismo.
Vemos passagens semelhantes nas escrituras para o passado:
“Segundo a sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador
e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente,
por meio de Jesus Cristo nosso Salvador, a fim de que, justificados por
sua graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida
eterna. Fiel é esta palavra...” (Tt 3,5-Cool
“Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo
para remissão de vossos pecados , e recebereis o Espírito Santo.” (Atos
2.38)
3. Sobre a terceira, o sr. quer dar entender que Deus não é Justo,
pois, segundo você não há punição para os pecados após o perdão. Ora,
Davi foi perdoado por Deus, mas teve seu filho morto por causa de seu
pecado (2 Samuel 12, 13-14, veja também: Deut. 34, 1-5 ; Num. 27,
12-15; Deut. 32, 51). Como dizia São Tomás de Aquino negar a pena
temporal é negar a Justiça Divina. Jesus não a condenou naquele momento,
mas isso não indica que não pagaria pelo que tinha feito.
4. Sobre a última passagem tem uma explicação bem óbvia: Quem não
peca não pode ser eternamente condenado.

Lutero: Não tenho argumentos
para sua última exposição...

João Eck: Nem para a primeira.

Lutero: ... de qualquer forma
lhe digo não há diferenças entre os pecados. Todos os pecados são de
níveis iguais.

João Eck: O sr. está
contrariando de modo veemente Cristo. Ele disse para Pilatos: “aquele
que me entregou a ti cometeu pecador maior” (Jo 19.11)
E Disse algo que já falei em outro momento: “E, se qualquer disser
alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se
alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste
mundo nem no mundo vindouro” (Mt 12, 32) Então existem pecados que levam
a morte e outros não.
E ainda João diz:
“Se alguém vir que o seu irmão comete um pecado que não leva à morte,
peça, e dar-lhe-á vida. Não me refiro aos que cometem um pecado que não
leva à morte; é que existe um pecado que conduz à morte; por esse pecado
não digo que se reze. Toda a iniquidade é pecado, mas há pecados que
não conduzem à morte.” (1 Jo 5, 16-17)
No AT lemos: "O Justo peca sete vezes ao dia" (Prov 24, 16) Ora, se há
pecados que não fazem o homem perder sua justiça, são os veniais. Se o
justo então não tem oportunidade de pagar todos seus pecados em vida,
pagará no purgatório. Perdão e purificação haverá aos veniais, aos
pecados mortais só a purificação, pois, o arrependimento para o perdão
deve ser feito ainda em vida.

Criação: Nelson Monteiro.

Notas:
[1] (Na luz Perpétua, 5ª. ed., J. B. Lehmann, Ed. Lar Católico,
MG,1959).

O texto acima é de minha autoria. Visitem meu blog: www.altarcristao.com
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